Corro mais do que nunca o risco de me tornar monossilábica por falta de expressão em meu assunto mais urgente. O silêncio só incomoda quando há coisa demais que não é dita e naquele tempo-espaço fundidos, onde cada tiquetaquear do relógio é a confirmação em voz alta de uma batida do coração que se encontra alerta, em espera. O medo absolutamente paralizante de quem não sabe seu espaço ou a mediçao de seu tamanho na vida alheia, só sabe de seu desejo através da perda do que nunca fora seu, de fato. Confesso que naqueles dias de pronome pessoal reto do plural (primeira pessoa), nunca pensei no mais a frente. Os hojes me bastavam todos porque pela primeira vez na vida, eu pisava com os dois pés no presente. Não fazia planos, não pensaa à frente. Devia uma atenção total ao que vivia. Não tentei embutir em mim impressões de misticismo para uma idolatria.Eu só queria ser eu. Idiota, boba, brincalhona, risonha, feliz. Como algum dia, muito lá atrás eu costumava ser. Tentava passar da limpeza das máscaras pruma genuidade. E onde foi que se perdeu? O que foi que eu fiz de errado é o martelar mais constante, desde então.
October 21, 2009
Incessantemente
By M.
About M.
Moira
A fatalidade cega. Em grego arcaico, a parte ou quinhão. Em Homero, a parte da vida decretada a cada indivíduo. O destino traçado do qual não se pode fugir e a pré – disposição à tragédia como condição inegável do ser humano. Lei suprema da vida cósmica à qual todos, humanos e Deuses estão sujeitos.
Mayra Lopes
Intimamente ligada a conceitos. Hardly one. Filosofia e literatura, eros e pathos, hybris e moira. Um conglomerado de hormônios e sensações. Acima de tudo, sensações. Dores e ansiedades. Mais uma fragmentação pós – moderna, com uma diferença: procuro saber de mim. Quero que o mundo se exploda. Eu só ligo para mim e para os meus. Para a arte, o pensamento e as sensações.Felicidade como estado efêmero versus desespero. Suicídio versus a vontade da dor de aprender, a procura.
Descendente de espanhóis e poloneses, mantengo uma estima profunda por la lengua que me dice y por la guitarra catalán. Costumo falar de Cortázar e de literatura alemã. Tenho Goethe tatuado nas costas, sobre aquele olhar. Qual? O de todos.
Devaneio, entre Miller, Pessoa e nuvens. As vezes também em algodão – doce.A minha escrita, chuva oblíqua. Passo as horas, entre PJ Harvey e um quarto cheio de história. Cheio de mim mas tão cheio de outros, que as vezes, não reconheço.
Virgínia Woolf sem a escrita, depressiva. Sei quase tudo sobre os dark places e as pílulas, todas, conheço-as quase todas. Nenhuma nunca me trouxe felicidade, só torpor. Brinquei de Susanna Kaysen por três dias, me internei, me dei alta; no meio tempo, me chamaram pra fugir.
Gosto de dar flores de presente mas ganhei poucas. As minhas preferidas são margaridas. É, simples assim. Detesto pleasure delayers. Não vejo sentido. Se tiver que ser algo melhor, vai ser, durante dias, meses, anos. Não há necessidade de adiar nada por causa disso. Eu sei o que eu quero, detesto jogo ( mas sei jogar como ninguém).
Meus exs/minhas exs não realmente saem da minha vida. Estão todos por aqui, orbitando. Falo da maioria com carinho de como se as coisas estivessem acontecido ontem. Costumo ser amigas deles e delas. Tenho uma tendência a lembrar primordialmente das coisas boas.
Na tela, de preferência a Europa e seus idiomas entre os filmes.Os finais da Lola e os meus possíveis finais. Entrei para Letras, achando que letras é alguma coisa da qual se vive, para descobrir que, apesar de uns e outros, eu não vivo, respiro.
Aqui, onde a menina cresce e a mulher se esconde. Isto ainda não sou eu.
“I open once and you call me Devil`s gateway”.
Prazer,
M.
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M.
- Wer war wer? Ich war in ihr... und sie war um mich. Wer auf der Welt kann von sich behaupten, er war je mit einem anderen Menschen zusammen? Ich bin zusammen.
Passou
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