Primeiro a fase do cortejo onde você deve parecer a pessoa mais interessante que habita a terra. Se não for possível ser a mais interessante, que seja, pelo menos uma das. E mais bem cuidada, misteriosa, íntegra, bem vestida, de bom gosto e desencanada. Em suma, alguém que não se pode deixar escapar.
É preciso deixar transparecer uma intenção amorosa de maneira descuidada, casual, sem um pingo de desespero e espontaneidade, ouso dizer, sem qualquer traço de sinceridade, portanto.
Para sustentar essa aura cool em torno de si, é necessário, é claro, gastar dinheiro. Este gasto torna-se então, aos olhos do conquistador, um investimento que ele deverá decidir se vale a pena ou não. Os riscos estão aí e são bem conhecidos. Algumas questões não são fáceis de responder: o quanto investir? E ainda, como dividir os investimentos? Como calcular o tempo em que esperamos os lucros?
E esta lógica de amor de mercado, que acaba tolhendo experiências é que eu me isolo. Pela falta de vontade e energia de compactuar com isto, me retiro do mercado, sou ação desvalorizada, anacrônica.