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I can think of the world this way: before you and while with you. You gave back the colours of the world and together we build our own.


Don´t assign me yours

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Em vários ambientes online, meu apelido é notaconcept. Quem me conhece bem sabe que é porque a citação cinematográfica com que mais me identifico é: “Too many guys think I’m a concept, or I complete them, or I’m gonna make them alive. But I’m just a fucked-up girl who’s lookin’ for my own peace of mind; don’t assign me yours.” Em suma, eu aprecio ficar quieta, no meu canto. Eu procuro as pessoas. As pessoas que eu gosto. As pessoas que, pode ser que sejam meu oposto completo, mas que eu sinto que me acrescentam em algo, nem que seja uma risada. E, há aquelas pessoas que são assim: ———————————————————————————————————————————- como uma linha reta num monitor cardíaco. Na sua vida, elas não são nada. Não despertam nada, não agregam nada. Em suma, você, perto delas, não tem pulsação.  Cai num vazio imenso e fica se perguntando quando vai poder, enfim, voltar a se ocupar da sua vidinha, sem interferências, sem pedidos de desculpas, sem chororôs, sem “eu gostaria muito de”.

Eu sei, é difícil. Como centros que somos do nosso próprio sistema solar, onde nós, somos nosso próprio sol, parece difícil entender, perceber e aceitar que alguém possa viver sem a nossa luz, sem o nosso calor. Mas estas pessoas, também elas são os centros solares de suas próprias vidas, logo, elas vão sobreviver. Vai dar tudo certo para elas. E o máximo que você pode fazer, é ficar feliz com isso.

Mas daí entrada a vontade, aquela freudiana, nunca resatisfeita, de que todas as nossas vontades sejam feitas, sempre. Porque só existe o eu soberano. Não. Existe o outro. E o outro também é feito de vontade e pulsões que, as vezes, nada tem a ver com a gente. Nada, absolutamente nada. A vontade desse outro também precisa, de alguma maneira, ser respeitada. Receber um não é parte importante da nossa vida em sociedade e a gente precisa entender isso.

Não. Não. Não.

ran·cor |ô|

substantivo masculino

1. Ódio secreto e profundo.

2. Grande aversão.

E então vem a acusação: para de guardar rancor de mim. Daí a gente começa a se perguntar, onde, onde que a pessoa está enxergando qualquer sentimento, bom ou ruim, que vá de você em encontro a ela. Você volta a se reanalizar apenas para novamente, chegar a conclusão que não há nada ali. Que inclusive havia coisas que você deveria lembrar mas não consegue, porque a sua memória vai lentamente abrindo espaço para o que é mais importante para você, para o que é mais saudável, agradável. Guarda só, minúsculos avisos que te impedem de recorrer num possível erro. Acusar um rancor inexistente, nada mais é do que o desejo do eu se manifestando: minhas vontades, são as vontades de todos, porque eu sou o centro do universo.

Do seu, sim.

Do meu, não.

Por favor, não insista. Não tem mais nada aqui.


Botty e o desserviço ao feminismo e ao emponderamento feminino

Há pouco tempo – duas semanas talvez – eu fiquei chocada quando, zapeando de canal vi passando na tv um videoclipe da Jennifer Lopez com a Iggy Azalea. O que me fez parar no canal foi a seguinte imagem:

images (4)A música se chama  Botty, pelo que eu entendi, é da Jennifer Lopez (foi escrita para ela), tem participação da Iggy e algum ou alguns versos foram escritos pelo Pitbull. A música é uma ode à bundas grandes. Eu fiquei triste, verdadeiramente triste vendo o clipe. Porque a Jennifer Lopez não para de sacudir a bunda dela um segundo. E ela não o faz de maneira libertadora, tipo meu corpo, minhas regras. Não. Prestem atenção em um dos versos da letra:

“Now find me a bone to sit on
Girls with those cheeks, put they hands in the air
And pop that, pop
Let ’em know that you’re in here
See everybody wanna get a taste”

Cara, é muito triste. Em tradução literal, ela está cantando para achar um homem com uma ereção (bone) para sentar em cima, “meninas com essas – checks seria cada lado da bunda – coloquem as mãos pra cima e sacudam isso, sacudam. Deixe que saibam que vocês estão aqui, veja todo mundo querendo um pouco” images (3) Isso para mim já é chocante o suficiente. Porque é quase uma incitação à pornografia, sei lá. Porque não tem NADA ABSOLUTAMENTE NADA de emponderamento aí, a Jennifer ainda fecha com chave de ouro:” I can guarantee you’ll have the time of your life” (eu posso garantir que você vai se divertir como nunca) (o ao sacudir a bunda está implícito). Amiga, não vamos. Sabe por que? Por que tem mulher que todos os dias, TODOS OS DIAS, se tem uma bunda grande, é cantada na rua. E essa mulher, nunca sabe quando vai ser “só uma cantada”, “só um elogio” ou uma ameaça física real, um estupro. Porque ela tem a bunda grande e não quer – e nem precisa, se não quiser, sacudi-la por aí. É também, por essas e outras, que as pessoas reprodutoras do machismo acham que, se você tem um atributo desses, não precisa de mais nada. Sua vida está feita. Você é bonita, tem um corpo bonito, tem uma bunda grande…

É até estranho porque a gente começa a questionar nossas próprias relações quando ficamos indignadas enquanto feministas. Minha bunda não é particularmente grande. Nem pros padrões brasileiros é normal. É até menor do que o padrão brasileiro. Mas sei lá, tem alguma coisa, deve ser bem feita de formas, algo assim porque, todas, sem exceção, todas as pessoas com as quais me relacionei, falaram dela em algum momento da relação. Positivamente. Mas quanto esse positivo é um elogio real, consciente ou quanto dele é pautado pela cultura do “I like big booties and I cannot lie”? Eu não sei, acho que ninguém sabe.

E eu me lembro que, quando participava do American Idol como jurada, um fã da Jennifer, ainda na fase dos testes cantou um rap que ele escrevera para ela. E num dos versos ele dizia “shake your moneymaker” . Algo como sacuda seu fazedor de dinheiro. E ela ficou extremamente ofendida, como era de se esperar, enquanto os outros dois homens na sala, para intimidar o rapper, perguntavam o que exatamente seria o moneymaker da Jennifer Lopez. Mas, com esse clipe, ela não está colocando sua bunda como seu fazedor de dinheiro? Sim, está. Aliás, está perversamente reproduzindo um discurso machista para lucrar. Não consigo ter sororidade com isso, juro. Não consigo. Porque é a perversidade da cultura pop musical ensinando, entranhando isso na cabeça das mulheres. Esse lixo.

Irmã, você tem que sacudir a bunda quando quiser, SE quiser e não porque vão ficar com inveja do seu swag ou assim você vai atrair a atenção masculina. Nenhuma mulher precisa disso. E você não vai ter o melhor momento da sua vida assim. Provavelmente não.

P.S. antes de escrever esse texto, pesquisei na internet se já havia algo em português escrito sobre isso. Havia essa análise: http://tracklist.com.br/analise-booty-jennifer-lopez-feat-iggy-azelea/21584 escrita por um homem e eu só queria dizer que: amigo, se você ler isso, você está errado. Não cabe a você, um homem julgar o que é ou não comportamento vulgar em uma mulher. Isso não é ser pró feminista. Isso é ser, adivinha? Machista.


Man of the street

I have never seen anything like this before.

He was lying on peaces of carbon, half dressed

He passed his hand on himself, caressing his chest

Like you do when you wake up

But it  felt like the street belonged to him.

Dirty smelly man, who lives on the street

and doesn´t seem to care

Because he got a whole lot of street.

And we get tiny apartaments.


Encantamento

Nem teus passos.

Nem teu peso.

Ou o hálito

como novelo. Ou

a pele feito correnteza.

E um roçar de braços.

Com a prumada do peito.

E já o rosto inteiro.

Não. Nenhuma palavra.

[Ronald Polito]


In love with those lyrics

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“You told me “You are great,
why can’t you be just mine?”
Baby…

You can break my heart in one or two
or more than a thousand pieces
You can bring me down
You can take me high and fly and fly
Oh boy, we still have
One last dance to dance
Let’s take it as a bet
Let’s give us one last chance

Cause you and I
We are meant to be
Whatever the future might
Choose for us to see
Again…” [ Sweet funny melody]

Thiago Pethit


 And I’ve never felt this healthy before
And I’ve never wanted something rational

[ Head over feet – Alanis Morissette]

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It was kind of quick. You won me. Quick. I think of you. Quick. Wasn´t expecting. Quick. Now when I go to bed, you are my last thought and, in the mornings, you are my first smile. Just wanted to thank you for the little and warm hapiness that is having you around. I hope you stay.


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He told me I am unforgetable. That was nice to read since some years ago he surely thought I was unberable.


Wants

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Bastou seus dedos passeando pelos meus cabelos curtos, pela manhã, enquanto eu adormecia na cama de motel para que eu já ficasse nervosa com a proximidade tão íntima, tão doce. Seu cheiro me impregnando as narinas porque também estava impregnado nos seus pêlos tão fartos e espessos. Esperava poder transportar-nos em tempo e espaço para o meu quarto, para a minha cama, para uma manhã mais nossa e menos distante e asséptica. Menos papel de parede brega, mais pôsteres culturais. Menos barulhos de portas se abrindo e fechando, mais música francesa. Menos telefones tocando, para avisar que o tempo acabou. Mais tempo, mais tempo, mais a gente, mais eu.

Eu adormecia pensando que não, não posso. Eu desejo que você queira me conduzir, que você queira me raptar, que você queira olhar para os meus olhos que você crê castanho claros e eu creio castanho escuros. Eu quero receber suas músicas, ser chamada de anjo de dia, gostosa de noite.

Quero você, enfim.


Every day, I close my eyes and I die.
Every day,  I open my eyes and I’m alive.
I don’t know why.
I don’t know why.